Crê-se na morte o Nada, e, todavia,
A Morte é a própria vida ativa e intensa,
Fim de toda a amargura da descrença,
Onde a grande certeza principia.
O meu erro, no mundo da agonia,
Foi crer demais na angústia e na doença
Da alma que luta e sofre, chora e pensa,
Nos labirintos da filosofia ...
E no meio de toda as canseiras
Cheguei, enfim, às dores derradeiras
Que as tormentas de lágrimas desatam!...
Nunca, na terra, a crença se realiza,
Porque em tudo, no mundo, o homem divisa
A figura da dúvida que matam.
(Parnaso de Além-Túmulo,
Médium Chico Chavier,
Espírito Antero de Quental,
Ed. FEB - 2010)
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