O poder para Foucault funciona e se exerce em rede, pois cada um de nós é, no fundo, detentor de um certo poder. O poder é exercício do poder, e não se identifica em uma única pessoa. Podemos identificar o homem como produto do poder e do saber.
Não existe algo unitário e global chamado poder, mas unicamente formas díspares, heterogêneas, em constante transformação. O poder não é um objeto natural, uma coisa; é uma prática social e uma relação. Poder é luta, afrontamento, relação de força, situação estratégica. Não é um lugar, que se ocupa, nem um objeto, que se possui. o poder se exerce e se disputa.
O poder se exerce em níveis variados e em pontos diferentes da rede social e neste complexo interligado, os micro-poderes existem integrados ou não ao Estado.
Há uma microfísica do poder, paralelo ao instrumento estatal, mas que possui força motriz modificadora nas relações de poder existente em determinada sociedade.
O que Foucault chamou de microfísica do poder significa tanto um deslocamento do espaço da análise, quanto do nível em que esta se efetua. A idéia básica de Foucault é de mostrar que as relações de poder não se passam fundamentalmente nem ao nivel do direito, nem da violência; nem basicamente contratuais, nem unicamente repressivas. O poder é exercício produtor de individualidade, tendo como objeto o saber, observando-se que não há saber neutro, pois todo saber é político e ideológico, possuindo como sua gênese as relações de poder. Trata-se de uma petição de princípio: o poder gera o saber; o saber leva ao poder.